Luc Ferry, filósofo francês certa feita disse: “O
melhor meio de dominar o povo é pelo medo”. Uma sociedade dominada pelo
medo é igual a um rebanho submisso ao seu adestrador. Por mais que se submeta,
nenhuma garantia há de que haverá preservação de sua vida.
No Brasil, diante do cenário atípico de
insegurança, em especial nas escolas, a frase parece cair como uma luva. A onda
de violência e de rumores que se espalhou pelo território nacional nos últimos
dias, tendo no circuito ameaças e assassinatos nas escolas e creches do país,
despertou o sentimento de medo.
Mas a pergunta que não pode calar é: A quem
interessa instaurar o medo? Estabelecer o caos não seria mais uma estratégia?
Não dá para descartar que é preciso ter vigilância
constante. Enviar um filho para a escola e circular em determinados ambientes
se tornou um martírio. Mas talvez seja exatamente esse sentimento que estão
tentando implantar nas pessoas. A falta de racionalização impede a visão.
O medo impede muitos de ver de forma clara. E,
enquanto ele assombra as mentes perturbadas, qualquer medida de aparente
segurança parece servir.
O que muitos não observam é que é exatamente neste
momento que boa parte de forma inocente entrega a chave da liberdade na mão do
inimigo e posteriormente se torna refém.
A cortina de fumaça que se espalhou nas redes
sociais não seria exatamente parte do plano sórdido de quem está por trás e
pensa o que fazer para regularizar as mídias sociais?
Nota-se que o discurso está alinhado na base, e não
precisa ser partidário para identificar qual lado manifesta simpatia por esse
tipo de adesão.
Em outras palavras, os ditadores que estão
assentados nas cadeiras em busca de poder querem dominar a fala e o pensamento
por meio de imposições repressoras. Assim como nos desenhos animados, a melhor
forma de se fazer isso é quando o vilão tenta parecer mocinho.
Mas os entendidos que não se deixam cair em
arapucas arquitetadas por amadores, também conhecidos como remanescentes da boa
ordem, de longe sentem o cheiro de coisa estragada sem boa intenção. Calejados,
eles desconfiam, pois sabem que de “boas intenções” o inferno está cheio.
A falácia em regularizar a mídia para controlar o
discurso de ódio, ou como alguns denominam, paralisar as Fake News, é a ideia
mais ridícula e furada, afinal, desde que o mundo é mundo a mentira sempre
existiu.
Isso não trata apenas de uma questão territorial à
moda brasileira. Isto faz parte do homem que adquiriu uma natureza caída por meio
de suas escolhas miseráveis. É bom ressaltar que não dá para botar panos
quentes e nem mitigar a responsabilidade de quem o tem.
Porém, negligenciar que é dever do estado criar
instrumentos de combate contra todo tipo de violência, seja ela física ou cibernética
e demais para a aceitação das mentes sadias.
Contudo, não dá para fazer isso tolhendo o direito
do cidadão de bem. Retirar as garantias de que alguém possa se manifestar,
tendo do mesmo modo, que ser responsabilizado pelo uso inadequado quando este
causar dano ao outro não é nada de novo.
Vale dizer que, o alívio é que a Constituição
Federal Brasileira, dentro de suas prerrogativas, apresenta leis para punir
quem de forma irresponsável extrapola os limites previstos.
Pois bem, seja como for, é bom ficar com os olhos bem abertos. Onde há fumaça há fogo, todo cuidado é pouco quando o assunto é criar instrumentos para implementar a censura num país livre.
POR: Eliene Smith - Jornalista
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