Seria cômico se não fosse trágico. Na linguagem
popular há quem diga: "Pois é meu irmão, será que estamos livre da
covid-19?" Para os hipócritas do "fique em casa" parece que sim.
Bastou a data carnavalesca se aproximar para que alguns governadores e prefeitos do Brasil hasteassem a bandeira branca em favor da maior festa popular do Brasil.
Nas conversas dos céticos ecoam perguntas que não querem calar. E quanto ao uso de máscaras e aglomerações? Como fica a questão do distanciamento social? Será que acabaram com as restrições?
Toleram a liberdade de ir e vir do cidadão, fecharam igrejas, proibiram o trabalhador de levar o sustento para dentro de casa com o argumento de que era preciso diminuir a circulação para achatar a curva e evitar mais mortes.
Mataram a tiros o soldado Wesley Soares do estado da Bahia com afirmativa de que ele surtou, quando na verdade ele gritava que não iria cumprir ordens ilegais e fechar o comércio de trabalhadores.
Em nome da lei praticaram inúmeras atrocidades, mas bastou a pressão do carnaval bater às portas para os que se dizem preocupados com a pandemia entoarem a marchinha "Ó abre alas que eu quero passar".
A bondade vem acompanhada de um nome, Eleições 2022. É tanto cinismo, tamanha é a chacota com a cara do povo, que até enoja o cidadão de bem. Pouco importa se os parentes das vítimas fatais da doença no país ainda choram os 614.278 mortos.
Infelizmente, a tensão agora é a de que o cenário ocorrido no início de 2020 possa se repetir no Brasil. O vírus que começou na China, favorecido pelo festejo de carnaval no Brasil, não levou muito tempo para se alastrar em todo território brasileiro.
Em 2021, em meio às notícias de que uma nova variante do coronavírus denominada Ômicron circula em muitos países, no gigante da América Latina, alguns de interesse dobre ainda fingem desconhecer os riscos. Só que não.
O vírus não respeita tradições, não tira licença prévia como alguns senhores pensam. O vírus não consulta passaporte sanitário e nem faz parcerias com lacradores.
Enquanto os parafusos seguem frouxos na cabeça de muitos governadores e prefeitos, do outro lado a corda bamba revela que o precipício é bem mais fundo.
E agora, José? "A coisa tá feia, a coisa tá preta... Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta".
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