Livro infantil que sugere casamento entre pai e filha é retirado de escolas no ES

Editora Rocco diz que livro conta uma história triste, onde o incesto não é concretizado. Prefeituras de Vitória e Cariacica vão devolver livros ao MEC. Serra recolheu e Vila Velha suspende uso em sala.
Depois da Prefeitura de Vitória, agora, as prefeituras da Serra e de Cariacica informaram, nesta quinta-feira (1), que o livro “Enquanto o sono não vem”, está sendo recolhido das escolas municipais. A Prefeitura de Vila Velha suspendeu o uso em sala e está avaliando a obra.
Livro infantil gera polêmica
Livro infantil gera polêmica
Foto: Reprodução
Em um dos contos do livro, “A triste história de Eredegalda”, o pai sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas, que acaba morrendo no fim da história.
A obra de José Mauro Brant, da Editora Rocco, está no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), segundo o Ministério da Educação. O MEC informou que o processo de seleção e avaliação, que está sendo revisto, foi realizado e publicado em 2014.
A editora Rocco, responsável pela publicação, informou que o livro foi publicado em 2003 e faz parte de uma coletânea de nove livros de contos. A editora não é responsável por indicar uma faixa etária para o livro.
“O conto ‘A triste história de Eredegalda’ é uma história triste, como o próprio título sugere. A cena em que um pai deseja uma das filhas é apenas uma das cenas, e ela não se concretiza”, diz a Rocco.
Livro
Livro reconta contos populares
Livro reconta contos populares
Foto: Cíntia Borges/Editora Rocco
O livro “Enquanto o sono não vem” é destinado a alunos de primeiro ao terceiro ano, entre 6 e 8 anos. Nele o conto intitulado “A triste história de Eredegalda” fala de um rei que pede uma das três filhas em casamento.
A proposta do pai é que a mãe da menina seja criada deles. Ao recusar o convite do pai, a história conta que a menina é presa em uma torre, onde passa sede. Ao pedir à mãe e às duas irmãs para beber água, ela não recebe ajuda por ameaças de morte do pai.
No final ela acaba aceitando o convite do pai para se casar, mas ele resolve fazer um desafio com três cavaleiros: o que chegasse primeiro com um jarro d’água ganharia a mão da filha. Essa oferta, no entanto, não é explicada na história. O conto mostra que a menina morreu antes.
No livro, existe uma descrição, explicando a origem da história. “A história da princesa assediada pelo próprio pai aparece em vários lugares do Brasil com nomes diferentes: ‘Silvaninha’, ‘Valdomira’, ‘Faustina’. A versão aqui incluída foi inspirada em uma recolhida em Barbacena, Minas Gerais, e foi acrescida dos versos de um acalanto denominado ‘Lá vem vindo um anjo’”.
Prefeituras
A Prefeitura de Vitória informou que os livros enviados pelo MEC foram recolhidos à sede da Secretaria Municipal de Educação e serão devolvidos com um parecer técnico-pedagógico com a devida explicação.
A Prefeitura de Cariacica disse que, devido a reclamações dos professores, o técnico responsável pelo setor de livro didático enviou uma circular para as escolas para que o livro fosse recolhido. A Secretaria Municipal de Educação de Cariacica também vai devolver os livros ao MEC com um parecer técnico-pedagógico.
A Secretaria de Educação da Serra falou que comunicou a todos os diretores de escolas para que ficassem atentos ao conteúdo e evitassem trabalhar com os livros. Após emitir o alerta, os livros começaram a ser recolhidos das unidades antes de serem manuseados pelas crianças.
A Prefeitura de Vila Velha informou que o livro não chegou a ser adotado em sala de aula, mas sua utilização está suspensa. A equipe técnica pedagógica está analisando o material.
Delegado
Para o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Lorenzo Pazolini, a abordagem surpreende negativamente e não deve ser levada a crianças. “Muitas dessas viveram ou presenciaram cenas de abuso. E reviver isso dentro da sala de aula traz um sofrimento com consequências dentro e fora da sala. É claro que é um conto, mas a mente de uma criança é vasta”, ressalta.
MEC
O Ministério da Educação (MEC) confirmou a presença do livro no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), mas disse que o processo foi realizado na gestão anterior, em 2014. Na nota, o MEC diz que está revendo todo o processo de seleção dos livros visando a melhoria da qualidade da educação e não citou o livro específico.
FONTE: http://www.gazetaonline.com.br

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