“O que preocupa não é
o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Embora Martin Luther King,
autor da frase citada tenha sido assassinado em 1968 e não esteja mais entre os
vivos, a frase dita pelo revolucionário permanece latente nos dias atuais.
Luther King declarou
em seus discursos de forma incisiva ter, “I Have a Dream”, que traduzido em
português quer dizer, “Eu tenho um sonho”. O fim da segregação racial, o fim do
racismo. O reconhecimento por suas ações rendeu-lhe o prêmio Nobel da paz em
1964.
O pastor, negro,
batista, ativista político e líder do movimento dos direitos civis nos Estados
Unidos, defensor da luta pelos direitos políticos, por meio da não-violência,
colocou-se à linha de frente para confrontar, o que para muitos já havia se
tornando comum, o silêncio, o medo.
Seu legado, sua
provocação revela como as lideranças unidas e posicionadas conseguem promover
mudanças. Adolfo Hitler, diferente de Luther King, usou o mesmo artifício, o da
persuasão para convencer alemães de que deveriam exterminar os judeus.
Lamentável é constatar que por um período ele conseguiu. Foram mais de 6
milhões de judeus exterminados.
Embora as histórias
tenham ambições diferentes, certo de que muitos entre nós não concordam com os
motivos utilizados, fato é que os desejos dos corações externados ganharam
robustez e adeptos.
Mas o que os fatos
históricos têm a ver com os dias atuais? A igreja que outrora foi pilar para
que muitas mudanças ocorressem pelo mundo, hoje se concentra apenas dentro de
seus templos regados de comodidades, quietos diante daqueles que articulam para
que de algum modo a possam calar.
Para que fosse
possível a tão sonhada independência que hoje a igreja goza, em alguns países
do mundo, que permitem que ela declare abertamente suas convicções, é bom
lembrar que custou um preço, não foi de graça. A liberdade custou e sempre
custará o valor que nem todos estão dispostos a pagar.
Paulo, apóstolo de
Jesus Cristo, entendeu isso. Para que o evangelho da salvação fosse proclamado,
o preço pago para que a conversão de milhares viesse acontecer custou-lhe a
própria vida.
Coincidência ou não,
no Brasil, estamos diante de um cenário perigoso. De forma ainda não declarada,
mas roendo pelas beiradas, os conceitos para tolher alguns direitos e execrar a
livre manifestação ao pensamento e à crença estão sendo estremecidos. Enquanto
muitos cristãos pensam que nada tem a ver com o momento atual, nos bastidores a
pressão aumenta e o cerco se fecha.
Quando o imperador
Nero, em Roma, de 54 a 68 da era cristã, esteve no poder, a igreja foi
perseguida e muitos foram mortos. Já quando o imperador Constantino assinou em
313 d.C o Édito de Milão, decretando o fim da perseguição religiosa, o
cristianismo cresceu e avançou.
Hoje, a luta da
igreja, como afirma a carta aos Efésios, no capítulo 6 é “Nossa luta não é
contra carne ou sangue, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas
regiões celestiais”.
Em relato acentuado a
orientação contínua, “Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir o dia mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecer inabalável”.
É bom lembrar que se
nesse tempo os joelhos não se dobrarem enquanto muitos estão na linha de
frente, tantos outros em breve serão atingidos.