"Conhecerão
a verdade é ela vos libertará". A afirmativa bíblica se encontra no
evangelho, segundo escreveu o apóstolo João, no capítulo oito. A narrativa foi
dita por Jesus durante um de seus maiores sermões em meio a uma sociedade
corrompida cercada de estigmas mentirosos.
O contexto que ele aplicou durante o ensino, assemelha-se muito com os tempos
tempestuosos da atualidade brasileira. Escândalos e mais escândalos nas
instituições e nos poderes. O que antes era guardado a sete chaves, agora está
na vitrine sem qualquer pudor.
É como se o errado se tornasse certo, e o certo errado. Como se na inversão de
valores, o poste agora fizesse xixi no cachorro. Nas narrativas construídas por
políticos do colarinho branco, os volumosos discursos estão cercados de
mentiras que somente eles não conseguem ver.
E, aí daqueles que ousarem insistir na verdade! A verdade que diferente da
mentira liberta, agora querem enclausurá-la nos porões da insanidade a qualquer
preço. O vale tudo na disputa pelo poder leva muitos a perdição.
A vida que era para ser vivida na sua ampla intensidade, já não pode ser vista
da forma real como é, pois a cegueira da ganância e da arrogância interrompeu a
percepção de centenas.
Os poderes se misturam. O legislativo pensa ser judiciário, o executivo pensa
ser legislativo. O "judiciário" que deveria usar do princípio da
isonomia para julgar, sentou-se de maneira antidemocrática na cadeira de quem
não o convidou e julga agora com bem entender.
A todo custo tentam imputar a mentira a quem não a tem. Gritam, encenam e até
transformam mocinho em vilão. Quando não suportam mais ouvir a verdade, tentam
colocar fogo no circo, na CPI da palhaçada.
É possível esperar algo de bom, tendo em vista perceber que a sociedade caminha
a passos largos para sua desconstrução? O topo da cadeia está danificado,
certamente a base irá romper. Por quanto tempo iremos suportar? Só o dono de
todas as coisas têm o poder para saber.
Enquanto a guerra nos poderes se intensifica, do outro lado está o cidadão que
pensa nada ter a ver com tamanha confusão. Pobre pensador sórdido.
Em suas mãos está o poder de decisão. De quatro em quatro anos, é possível ir
às urnas e fazer uma escolha diferente e consciente. Mas não. Muitos ainda
preferem ficar na platéia, para no momento mais oportuno se misturar à multidão
de forma alegórica mais uma vez gritar. "Soltem Barrabás e crucifiquem a Jesus".
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