
O
objeto de análise deste artigo são questões da tutela coletiva pertinente ao
patrimônio público e da moralidade no Brasil que não estão sendo devidamente
tutorados em face do nebuloso comportamento de alguns agentes públicos,
operadores de segmentos da estrutura pública cujos valores regem a sociedade
que, no entanto, enveredaram pela senda do malfeito, ações que demoliram a
confiança do cidadão brasileiro. Horripilante, diante de tudo isso, é observar
que tais personas non gratas (personae non gratae) são tratadas e defendidas
publicamente pelos azedíssimos seguidores do petísmo como heróis nacionais,
mesmo tratando-se de um autêntico exemplo de moral invertida, conceito fulcrado
em atos de corrupção apurados pelo STF e, na condição de coisa julgada pela Corte
maior brasileira, certamente, capaz de enojar até os membros das facções
criminosas existentes em nosso País, atitudes que são atenuadas por muitos
companheiros de ideologia partidária. O
PT está afastado entre si, esgarçado, fragmentado e desgastado. Trata-se de uma
organização política com ideais comuns que não soube respeitar princípios
morais, estatutários e programáticos em face de um comportamento exercido
diferente de uma agenda pregada, mas não cumprida, conforme ditames que previa
o exercício da ética, transparência, liberdade, honestidade, reputação ilibada,
o que chamavam de comportamento de rosto. No entanto, faltou sinceridade para
com a palavra que pregavam, sendo eles mesmos servos da corrupção. Não se trata
de aprovar ou reprovar, concordar ou discordar da presidente Dilma ou ser
simpatizante de outros partidos. O âmago da questão reside no fato conhecido
por todos os brasileiros, “envolvimento incompatível” com o trato da coisa
pública. Não é lícito administrar patrimônio público ou de capital misto como
se fossem empresas propriedades de um partido político, isso aparenta rescaldo
de uma ideologia que não se coaduna com o estado democrático de direito, porém,
sorrateirísmo de quem quer tirar proveito em benefício de protegidos.
No
Brasil atual, não há mais padrão de referência para o que é correto ou errado,
estamos à deriva, levados, arrastados sem rumo, próximos de um furacão
destruidor. Observemos os contrastes: a polícia luta para não ser dominado
pelas milícias, pelos malfeitores, verdadeiras feras urbanas que querem em
detrimento da desmoralização do Poder repressivo institucional, nos impor suas
ordens.
O
Supremo Tribunal Federal – STF, quase se consumiu para julgar personagens da
alta estirpe do partido que nos governa, são parâmetros que devem ser
considerados e levados a sério. Não é pecado ser rico, desde que seja pela via
da expansão do capital produtivo e não por manobras eivadas de vícios
escandalosos, onde em menos de dez anos pessoas que não produziam, nem
pouparam, se tornaram milionárias em virtude do seu livre trânsito pelos
corredores de repartições públicas administradas por pessoas da família.
Alertar
é prevenir de perigo e nunca é de mais lembrar que o Brasil está passando por
um dos seus piores momentos nas áreas da segurança pública, da saúde, da
educação, no transporte em geral, escassez de emprego e salários minguados, na
infraestrutura da produção de bens e serviços, inflação camuflada, etc. Ousamos
alertar o leitor a considerar no contexto de uma campanha eleitoral da maior
importância para todos nós brasileiros o quanto é salutar agirmos sem vacilar,
sem negligenciar a importância das nossas mentes, eis que somos dotados de
cérebros analíticos, mentes que pensam, discernem e julgam com lucidez o que é
certo do que é errado ou inadmissível. Vamos depurar o Brasil, antes que seja
tarde.
Fonte: Correio do Estado
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